A pedido do Ministério Público de São Paulo, Justiça decretou o sequestro de 618 apartamentos, além de embarcações, uma aeronave, postos de gasolina e até academia de ginástica, bens adquiridos por agentes públicos com dinheiro de propinas
Fonte: Estadão
Imóveis, carros, barcos e até uma aeronave adquiridos por agentes públicos com dinheiro de propinas fazem parte da lista de bens sequestrados pela Justiça a pedido dos promotores dos Grupos de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaecos) e do Grupo de Atuação Especial contra a Formação de Cartel e Sonegação Fiscal (Gedec), do Ministério Público de São Paulo.
Levantamento atualizado – divulgado no site do Ministério Público Estadual pelo Núcleo de Comunicação Social – , aponta que entre os 618 imóveis obtidos de forma ilícita constam apartamentos luxuosos, terrenos, postos de combustíveis, academia de ginástica, hotéis e pousadas. O valor estimado dos imóveis vai a R$ 1 bilhão.
“Os Grupos de Atuação Especial têm priorizado a asfixia financeira dos grupos criminosos como estratégia de atuação para a repressão à criminalidade organizada”, afirma o coordenador dos Gaecos, promotor de Justiça Amauri Silveira Filho.
Na avaliação de Amauri, ‘a prisão, muitas vezes, atinge apenas o autor imediato do delito, mas nem sempre este é o verdadeiro responsável pelos crimes’.
Na avaliação de Amauri, ‘a prisão, muitas vezes, atinge apenas o autor imediato do delito, mas nem sempre este é o verdadeiro responsável pelos crimes’.
“Por isso, o sequestro e o confisco de bens têm enorme importância na política criminal do Ministério Público.”
A relação de bens sequestrados inclui 463 veículos, cinco embarcações e até uma aeronave que foram ou estão sendo levados a leilão. Estima-se em R$ 32 milhões o volume de recursos que podem retornar rapidamente aos cofres públicos.
O último bem que será oferecido ao mercado é um apartamento avaliado em R$ 1,7 milhão – de 180 metros quadrados e duas vagas na garagem -, no terceiro andar do Edifício Mansão Pancetti, em Perdizes, na Zona Oeste da capital.
“Esse imóvel pertencia ao ex-diretor da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, José Luíz Herência, delator de um esquema de desvio de recursos públicos na instituição”, informa o Ministério Público de São Paulo.
“Herência é investigado pelo suposto desvio de R$ 15 milhões por meio de contratos fraudulentos durante a sua gestão à frente do Theatro Municipal, juntamente com outros agentes públicos.”
Além do apartamento que será leiloado, o delator teve confiscados três terrenos em Ilhabela, no litoral norte, e três veículos – uma Land Rover, uma Mercedes e um Citroen Picasso.