Fonte: Jornal Meio Norte

Enfrentar as altas temperaturas de Teresina não é uma tarefa fácil, e o desafio é ainda maior sem água nas torneiras. Essa é a realidade vivida por 150 famílias do loteamento Orgulho do Piauí, em Teresina, na BR 316. Moradores reclamam que estão sem abastecimento desde o dia 21 de outubro, e mesmo entrando em contato com a construtora, o problema nunca é resolvido de forma definitiva.

“Nós vivemos aqui isolados. Nossa água é de poço, que não serve para o consumo, temos pouco comércio e não existe posto de saúde ou hospital por aqui. Água é o básico, sem ela não dá para fazer nada”, reclama a moradora Olgarina de Oliveira.

 (Crédito: Gabriel Paulino)
(Crédito: Gabriel Paulino)

Para a dona de casa Josélia Nunes, as tarefas ficam ainda mais sensíveis. Ela, que tem dois filhos com deficiência, depende de carros-pipa e da compra de água mineral para dar conta da rotina. “Eu nem fiz as contas ainda de quanto eu gasto por mês comprando água. A cada dois dias eu tenho que comprar um galão de R$ 6 para minha casa. Meu marido me ajuda, mas ele está só fazendo bicos por enquanto. Não dá é para ficar sem”, ela conta.

Segundo a síndica Rosineide Maria, os prejuízos são de todo o loteamento, e quem tem crianças e idosos sofre ainda mais. “Eu tenho quatro filhas, uma delas ainda usa fraldas e está com os dentes nascendo. A gente teve que puxar uma torneira da rua para dentro e fica pegando com balde. Eu só faço minhas tarefas de casa à noite, porque nesse sol ninguém aguenta. Eu já tive que comprar água mineral para dar banho na minha filha pequena”, ela narra.

 (Crédito: Gabriel Paulino)
(Crédito: Gabriel Paulino)

Quem não adoece no local, pode se considerar uma pessoa de sorte, o que não foi o caso da família de Maria da Cruz. A dona de casa explica que o neto e a nora estão com catapora, e além da falta d’água, o local não conta com estrutura hospitalar nas proximidades. “Os apartamentos foram entregues há sete meses e não temos quase nada aqui próximo. Quando a gente adoece, eu tenho que levar lá no hospital do bairro Cristo Rei, que era onde a gente morava antes. Eu nunca atualizei o endereço porque se a gente vai ao posto do bairro vizinho, eles não querem receber a gente porque não somos de lá”, contesta.

Os apartamentos fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida, através da Caixa Econômica Federal. Os moradores contam que já entraram em contato com a empresa e com a construtora, e nada foi resolvido. Para esta semana, estão previstas duas reuniões no intuito de ouvir as solicitações dos moradores.