Fonte: G1 Norte Fluminense
Moradores de Atafona, em São João da Barra, no Noroeste Fluminense, foram às ruas neste sábado (19) com faixas e cartazes para protestar. Eles temem perder imóveis com o avanço do mar e, consequentemente, formação de dunas. De acordo com especialistas, esse fenômeno acontece desde a década de 1950, e há 30 anos, mais de 14 quarteirões foram destruídos e cerca de 180 casas foram soterradas.
O morador e advogado, Geraldo Machado, afirma que entrou com um processo contra a Prefeitura, para que o município faça a remoção de toda a areia.
“Está nos sendo negado o acesso pelo acúmulo de areia. Essa remoção foi autorizada pela Justiça Federal e foi aferida a Prefeitura de São João da Barra. Eu entrei contra o município de São João da Barra. Tentamos de todos os modos, a Prefeitura chegou a fazer estudos, mas isso envolve uma verba muito grande, mas não há vontade política. Apenas quero meu direito a ir a praia como todos. Atafona está morrendo, e a morte tá virando atração turística”, ressalta Geraldo.
Para o médio de Campos que sempre frequenta a praia de Atafona desde criança, Luís Antônio Petrucci, a paisagem não é mais a mesma.
“Da varanda da casa dos meus pais a gente via o mar. Hoje, eu tenho minha casa que já está impossível de entrar pela orla. A gente vem observando nos doze anos que a velocidade da orla é muito mais rápida, e ninguém vem tomando atitude nenhuma. Daqui a pouco, vai ser a minha”, afirma o médico.
Segundo o ambientalista, Arthur Sofiati, o processo que está acontecendo em Atafona é de formação de dunas, e que a retirada de todo o sediamento, seria pior.
“É o processo natural que vem se agravando, talvez por aquecimento global, elevação do nível do mar e essa violência toda que a gente vem observando ao longo do tempo com as ressacas. A experiência mais recente que se tem foi retirada no Rio Grande do Sul. A retirada das dunas e o aplainamento acabou deixando as casas vulneráveis e o mar avançou e destruiu as casas. As duans são uma barreira natural com vegetação melhor ainda”, afirma Arthur.
A Prefeitura de São João da Barra não deu nenhum posicionamento em relação ao pedido dos moradores.