Pesquisa revela que preço dos imóveis teve alta de 6,7% em 2014, a menor registrada desde 2010. Índice anima consumidores, mas não dispensa cuidados antes de fechar o negócio. Nesta hora, contar com consultoria especializada é fundamental

Realizar, ao longo de 2015, os planos feitos na virada do ano é uma tarefa que muitos perseguem com determinação. Um deles é a conquista da casa própria. Pesquisa divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revelou dados que podem trazer novo fôlego para quem já se vê com as chaves na mão.

De acordo com informações da entidade, o preço médio dos imóveis terminou 2014 com alta de 6,7%, o menor aumento anual registrado pelo índice FipeZap desde 2010, quando o levantamento começou a ser realizado. Em 2013, o aumento foi de 13,74%, considerando as 20 cidades pesquisadas. Mesmo com o crescimento do valor médio, os preços dos imóveis se mantiveram praticamente estáveis em 2014. Isso aconteceu porque a alta foi próxima à expectativa do Banco Central para o IPCA, de 6,4%. Portanto, a alta, em termos reais, foi de 0,3%.

Segundo a Fipe, os dados apontam que, apesar da variação anual indicar estabilidade, os preços dos imóveis chegaram ao final de 2014 com aumento em ritmo menor que os demais preços da economia – isto é, em queda real. Entre os municípios pesquisados estão Belo Horizonte e Contagem, na Região Metropolitana. A capital mineira ficou em 6o lugar e Contagem registrou o valor mais baixo no ranking que apontou a média do preço do metro quadrado por cidade – R$ 5.796 e R$ 3.386, respectivamente.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Leandro Pacífico, as posições ocupadas pelas cidades mineiras no ranking são decorrentes da lei da oferta e da procura. “Como se vê, os impactos na alta de juros do financiamento habitacional, aliado ao aumento no valor da entrada para a compra da casa própria – que em 2014 voltou a ser de 20% do valor do imóvel –, levaram a uma redução na procura dos imóveis. Especificamente em Contagem, acreditamos que a exigência de uma entrada mais alta teve forte impacto, já que a dependência de financiamento para aquisição de imóveis nessa região é mais alta”, analisa.

Em 2015, Leandro Pacífico diz que o mercado imobiliário dependerá muito do cenário econômico nacional. “Em tempos de economia aquecida, o setor imobiliário cresce. Entretanto, quando existe uma piora geral da economia, esse setor é um dos primeiros a sentir os efeitos. Outro ponto importante é que, atualmente, o Brasil vive uma situação de baixo desemprego. Caso esse índice aumente, o que não temos evidência até esse momento, a situação pode piorar bastante.”

Neste momento de incerteza da economia, o presidente da ABMH aconselha que o mutuário deve precaver-se, principalmente em relação à tomada de empréstimos e à sua capacidade de pagamento. “Os juros, atualmente, não estão tão atrativos quanto em 2013 e começo de 2014, o que acarreta uma prestação mais alta. É muito importante que o comprador não ultrapasse o limite de 20% da sua renda familiar com o pagamento de prestação”, recomenda Leandro Pacífico.

Outra dica é que, apesar do desaquecimento do mercado imobiliário, os imóveis ainda não tiveram uma queda significativa de preços. “Logo, é importante que, ao escolher o imóvel, o mutuário sempre fique atento às suas necessidades. Por exemplo, para uma família sem filhos que depende de financiamento para comprar o imóvel, é melhor investir em um apartamento de 2 quartos, mais barato, e trocá-lo daqui a alguns anos, do que comprar um apartamento maior de 3 ou 4 quartos e pagar um valor de mercado mais alto e juros mais altos também”, explica o presidente da ABMH.

Para fazer este planejamento, o interessado pode contar com a ajuda da ABMH, que oferece consultoria gratuita. “A Associação auxilia o mutuário a planejar a sua compra, escolher qual melhor banco para fazer o financiamento e orientar a respeito das documentações necessárias para se fazer uma compra segura”, como conta Leandro Pacífico.