Minha Casa Minha Vida impulsionou resultado do mercado carioca no primeiro semestre
Fonte: O Globo
RIO – A expansão de 34% em vendas de imóveis residenciais no Rio no primeiro semestre, de acordo com dados da Ademi-RJ, que reúne as empresas do setor, foi impulsionada pelos projetos do Minha Casa Minha Vida (MCMV). As unidades no segmento popular representaram 61% das 4.766 unidades vendidas de janeiro a junho no Rio. Os bairros de Campo Grande, Recreio dos Bandeirantes, Irajá, Jacarepaguá e Santa Cruz responderam, juntos, por 2.700 unidades, ou 54% do total.
A mineira Direcional Engenharia, que se concentra nos segmentos econômico — com projetos inclusos no MCMV — e de médio padrão, chegou ao Rio no fim de 2014, logo após o início da crise econômica. Em 2015, a empresa estruturou suas operações e montou um banco de terrenos. Este ano, já fez quatro lançamentos e, até dezembro, haverá mais um, totalizando R$ 250 milhões em valor geral de vendas.
— A crise afetou todos os segmentos. Mas o econômico é mais resiliente, sobretudo no Minha Casa Minha Vida. A demanda é alta. Além disso, a taxa de juros do programa é a partir de 6% ao ano, metade da cobrada nos contratos de financiamento para a classe média e de alto padrão — explica Adriano Nobre, superintendente da Direcional no Rio.
O fator que mais limita negócios nessa faixa, ressalta Nobre, é o desemprego. Mas quem não sofre com isso busca um imóvel se vai casar ou aumentar a família. Este ano, a Direcional fez lançamentos em Tomás Coelho, Itaboraí, Campo Grande e Nova Iguaçu — todos com novas fases previstas para 2017.
— A previsão é chegar a R$ 600 milhões em valor de vendas em 2017. Deste total, R$ 400 milhões serão em projetos para o segmento econômico — diz Nobre.
MAIS UNIDADES EM 2017
A RJZ Cyrela, que atua no segmento econômico com as marcas Living e Cury, também confirma o maior fôlego nos projetos populares.
— Esse segmento também sofreu. Só este ano, houve um recuo de cerca de 30% para a Living. Mas os projetos instalados em localidades com oferta de serviços, transporte, comércio e segurança mantêm a demanda — destaca Rogério Zylbersztajn, vice-presidente da companhia.
Este ano, foram lançadas 889 unidades pela Living, com vendas de R$ 200 milhões. Em 2015, o valor foi o mesmo, mas com 492 unidades. Até dezembro, a construtora lança seu segundo projeto no MCMV este ano, o Dez Vista Alegre, próximo a Irajá, na Zona Norte. Serão 405 unidades, a uma média de R$ 220 mil.
Em agosto, o governo federal anunciou a retomada das obras de 10.600 unidades do MCMV da faixa 1, para famílias com renda de até R$ 1.800, paradas por falta de recursos. E confirmou a construção de 40 mil unidades na nova faixa 1,5 (renda de até R$ 2.350). A previsão para 2017 é contratar mais 170 mil unidades na faixa 1 e 400 mil nas demais, informou o Ministério das Cidades.