Fonte: Opinião & Notícia

Em meio à recessão econômica no Brasil, muitos brasileiros estão buscando investir no mercado imobiliário de Portugal. O Brasil é, atualmente, o país fora da União Europeia  com maior volume de investimento nesse setor em Portugal.

Segundo o Gabinete de Estudos da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (Apemip), no segundo trimestre de 2016 os brasileiros ultrapassaram os chineses no número de imóveis adquiridos em Portugal, ficando atrás apenas dos britânicos e franceses. Os brasileiros são responsáveis por 10% do investimento estrangeiro no setor imobiliário português, enquanto os britânicos somam 19% e os franceses correspondem a 25%. Além disso, o número real desse investimento deve ser maior ainda, já que segundo a Apemip, os brasileiros que possuem nacionalidade de um dos países da União Europeia constam nas estatísticas como cidadãos comunitários.

Investimentos em euros não correm perigo diante da desvalorização do real e os imóveis em Portugal são os segundos mais baratos da Europa, só perdendo para a Grécia. Além disso, o governo português incentiva o investimento estrangeiro no setor imobiliário com a concessão de um título de residência especial, chamado Visto Gold. Os nacionais de países que não fazem parte da União Europeia, como é o caso do Brasil, recebem uma autorização de residência de cinco anos se investirem a partir de 500 mil euros (cerca de 1,83 milhão) em imóveis.

Se o estrangeiro comprar um imóvel para revitalização de um bairro antigo, o valor exigido cai para 300 mil euros (aproximadamente R$ 1,1 milhão no câmbio atual). Quem opta pelos imóveis que precisam passar por reformas também são beneficiados pela isenção de impostos. Além disso, a maioria desses imóveis está localizada nos bairros históricos das grandes cidades, que se valorizaram nos últimos três anos com o aumento do turismo no país.

Apesar de a imprensa local especular uma possível bolha imobiliária no país diante do aquecimento do mercado nos últimos anos, especialistas no setor, refutam esta possibilidade.