Fonte: Metro Jornal

A variação do valor do metro quadrado no ABC encerrou novembro mais uma vez próxima a zero, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Índice FipeZAP Venda de Imóveis Residenciais.
Se os preços estão congelados, o mercado imobiliário também tem se arriscado pouco. Lançamentos desapareceram e a regra entre os empresários é queimar os estoques.

A situação deve levar ao “desaparecimento” de unidades para o próximo ano e a uma consequente aceleração nos preços, na visão do presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras), Marcus Santaguita.

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Os dados do índice FipeZAP mostram variação negativa em Santo André e São Bernardo, de -0,02% e -0,06%, respectivamente, em novembro. São Caetano se saiu um pouco melhor:  0,20% positiva. No acumulado do ano, nenhuma das três ultrapassa 2% de valorização. No mesmo período, a projeção de inflação oficial foi de 6,13%.

Apesar do resultado ruim, o economista da Fipe Raone Costa afirma que há uma pequena melhora por conta da redução da inflação. “O índice já perdeu para a inflação por dois anos seguidos. Mas, se juntar com a melhora econômica prevista para o ano que vem, acho que estamos perto do ponto de virada dos preços”, disse.

O presidente da Acigabc também aposta em melhora para o mercado em 2017 e de nova alta dos valores a partir do segundo semestre. “As empresas tinham muito estoque nos dois últimos anos de crise e por isso congelou os preços e se concentrou na venda dos estoques. Foram poucos lançamentos. Por conta disto, a oferta de imóveis deve ficar menor para o próximo ano e os preços devem voltar a crescer com a demanda aquecida”, disse.

Dados da associação mostram que o estoque de imóveis, que são unidades novas já prontas mas não vendidas, passou de 4 mil em 2014 para apenas 1,8 mil no primeiro semestre do ano.

Mas o que tudo isso significa para quem está interessado em comprar um imóvel? Santaguita acredita que este é um bom cenário para quem tem dinheiro guardado e estava a espera do momento certo para o negócio. “Mas para quem vai precisar de um financiamento, não vejo como um bom momento”, disse.

O economista da Fipe é mais cauteloso. Ele afirma que as quedas consecutivas não sinalizam boa hora para a compra. “É mito achar que porque o preço está caindo é o momento de fazer negócio. O ideal é esperar até o momento que começa a subir.

Quem está no aluguel ganha mais neste momento do que se estivesse comprando. O dinheiro se desvaloriza se aplicado em um imóvel que está com valor estagnado”, concluiu.

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