Fonte: G1

governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou, nesta quarta-feira (6), que recomenda um controle de população na ocupação de terra Vila Soma, em Sumaré (SP), e solicitou à Prefeitura que a área não receba mais gente. Além disso, o tucano indicou que vai procurar uma solução para as famílias que moram no espaço através dos programas habitacionais dos governos estadual e federal. O político esteve no município para inaugurar obras do corredor metropolitano.

“Solicitei ao prefeito Luiz Dalben (PPS) que não permita que venha mais gente. Vamos buscar uma solução, que não é uma solução simples, porque são 2500 famílias, então estamos falando de uma cidade de 8 ou 10 mil habitantes. Temos consciência da questão social dessas famílias e vamos unir esforços do governo federal [minha casa, minha vida] do governo estadual [casa paulista ] e também o município para uma solução”, disse o governador.

Durante a entrega das obras do Corredor Metropolitano Biléo Soares, o governador se reuniu com representantes da ocupação, que reúne 10 mil habitantes, para pedir soluções aos problemas das famílias. O advogado da Vila Soma, Alexandre Mandl, afirmou que a ocupação está sem receber novos habitantes desde fevereiro, portanto, o pedido de Alckmin não faria sentido.

“Em relação, ele está com a informação equivocada, porque a ocupação está congelada desde o início do ano. No entanto, apesar disso, as reuniões com o governo estadual estão sendo proveitosas e o encontro nesta quarta-feira com os coordenadores também foi positivo. O governador não poderia vir a Sumaré sem mencionar a Vila Soma”, afirmou.

Protestos e impasse

No ano passado, os moradores da ocupação fizeram protestos contra um novo plano diretor proposto pelo governo municipal e também contra a reintegração de posse na área. O prefeito Luiz Dalben, quando foi eleito, chegou a informar que planeja ampliar diálogo com integrantes do local para tentar resolver o impasse. Sem fazer promessas, ele defende ações que também contemplem ex-trabalhadores das empresas proprietárias da área, e vê também a possibilidade de um plebiscito para discussão do caso.

Organizada há quatro anos, a Vila Soma tem 10 mil residentes, de acordo com a Defensoria Pública do estado, grupo superior ao contabilizado pelo IBGE em 2,4 mil cidades do país. O terreno pertence oficialmente à empresa Melhoramentos Agrícolas Vifer e à massa falida da Soma Equipamentos Industriais. Ele tem 990 mil metros metros quadrados, o equivalente a 140 campos de futebol, e o valor está estimado em pelo menos R$ 80 milhões.

Uma das maiores ocupações no estado, ela ganhou repercussão nacional em janeiro deste ano, quando uma ordem para reintegração de posse pela Polícia Militar deixou de ser efetivada por causa de liminar concedida pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Além disso, segue em tramitação outro processo para leilão do terreno.

Ocupação da Vila Soma teve início há quatro anos (Foto: Fernando Pacífico / G1)