Diante das previsões pessimistas sobre a economia, ABMH orienta como realizar o sonho da casa própria em 2015

O crédito imobiliário encerrou 2014 com a menor taxa de crescimento em uma década. Os desembolsos para aquisição e construção de imóveis somaram R$ 112,9 milhões no acumulado do ano, com crescimento de 3,4% ante o montante concedido em 2013. Em suas projeções, economistas de diferentes linhas de trabalho podiam discordar das medidas que deveriam ser adotadas em relação à economia neste ano, mas sempre houve uma unanimidade entre eles: 2015 seria um ano difícil.

De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação – ABMH, Lúcio Delfino, mesmo com este cenário, quem possui renda de até R$ 5.400 mensais ainda conta com taxas de juros atrativas, que podem resultar em prestações mais interessantes que o aluguel, por exemplo. “Em todo caso, o primeiro passo é fazer uma poupança que corresponda a, pelo menos, 20% do valor do imóvel pretendido (essa poupança inclui o saldo da conta vinculada do FGTS). Em seguida, a dica é pesquisar e negociar. Como o estoque de imóveis aumentou, o comprador pode encontrar boas opções de preço e qualidade se gastar um pouco mais a sola do sapato”, orienta o advogado.

Para quem possui faixa de renda de até R$ 5.400, Lúcio Delfino diz que o melhor financiamento é do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e, geralmente, as melhores taxas são da Caixa Econômica Federal. “Especialmente se o comprador possuir conta e movimentação financeira na instituição. Para conseguir a entrada, o candidato à casa própria deve se programar e fazer uma poupança prévia. Os trabalhadores que possuem FGTS podem utilizar o saldo de sua conta vinculada. Para os demais, não existe uma fórmula mágica. O comprador precisa se disciplinar financeiramente, diminuir os gastos e/ou conseguir um renda extra”, aconselha.

Confira as dicas da ABMH para conquistar a casa própria

1º passo: Aprovação do crédito junto ao Agente Financeiro, para verificar o valor do imóvel que poderá ser adquirido. É importante ter consciência de que a realidade financeira é que vai definir o padrão de imóvel a ser adquirido.

2º passo: Procurar um imóvel dentro de suas necessidades reais. Por exemplo, se você é casado e tem um filho, um imóvel de dois quartos é suficiente. Às vezes será necessário adequar o sonho à realidade.

3º passo: Conheça bem o imóvel antes de assinar o contrato, visitando-o em horários diferentes do dia, para conhecer a realidade do local, tais como segurança, vizinhança e trânsito. Pergunte sobre odores, desapropriações, vazamentos, desabamentos e inundações. Considere também a valorização futura, valor de revenda, posição do imóvel em relação ao sol, e como você se sentiu nele.

4º passo: Verifique se tudo que foi prometido em folhetos e prospectos foi cumprido, principalmente no que se refere a material, metragem e acabamento.

5º passo: Consulte também o Cadastro de Reclamações Fundamentadas ou o Banco de Dados do PROCON para tomar conhecimento da existência de reclamações contra a entidade incorporadora, construtora ou vendedora.

6º passo: Verificação da documentação do imóvel a ser financiado. No momento em que o financiamento encontra-se “pré-aprovado” e a unidade habitacional foi encontrada, o elo de ligação, entre o contrato e o imóvel passa pela documentação, que se não estiver em conformidade com o exigido pelo Agente Financeiro, impede a concretização da aquisição.

7º passo: O acompanhamento de um especialista que deverá analisar toda a documentação e em especial o contrato de financiamento para esclarecimentos de dúvidas.