O mercado financeiro tem sofrido recentes mudanças graças às chamadas fintechs, startups que prometem revolucionar o consumo financeiro com serviços mais rápidos, práticos, menos burocráticos e mais baratos para os consumidores. Essas empresas já possuem mercado consolidado em países como Estados Unidos e Inglaterra, mas ainda enfrentam um pouco de problema para se fixar no mercado brasileiro em razão de regulamentação e conquista do mercado.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, a ideia central de uma fintech é oferecer produtos como empréstimos, investimentos, cartão de crédito e seguro de uma forma simples e acessível. “E por se tratar de empresas menos complexas e de menor porte que bancos, conseguem oferecer produtos com custo menor ou rentabilidade maior para o consumidor”, acrescenta.

No que diz respeito a empréstimos, essas empresas ainda não estão aptas a fornecer financiamentos vinculados ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), por exemplo, mas são capazes de disponibilizar no mercado empréstimo pessoal com garantia em bem imóvel ou móvel, como acrescenta Vinícius Costa. “Nas instituições financeiras, esse tipo de empréstimo leva o nome de aporte, e, regra geral, oferece uma taxa de juros que se aproxima de 18,5% ao ano. Já temos hoje no mercado das fintechs empresas que emprestam dinheiro a uma taxa de juros mensal de 1,15%, o que dá 13,8% ao ano, redução bastante interessante quando comparada aos empréstimos bancários”, avalia.

Essa nova realidade dá ao consumidor a possibilidade de pesquisar e tentar encontrar a melhor solução para um empréstimo levando em conta a empresa que vai lhe oferecer as melhores condições. “Hoje, o que se deve ter em mente é o custo que esse empréstimo vai gerar para o consumidor de forma mensal. Optar por uma empresa que não cobra muita tarifa e ainda tem uma taxa de juros mais baixa significa pagar uma prestação menor, e obviamente, no final devolver o capital pagando menos juros”, completa o presidente da ABMH.

Mesmo com essas vantagens, Vinícius Costa faz um alerta: como essas empresas ainda são novas no mercado, é importante que sempre se faça uma pesquisa bastante minuciosa acerca de sua atuação. “O consumidor não deve se limitar a buscar informações do produto junto à fintech. Deve procurar a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), buscar informações em sites como o Reclame Aqui, e também do Banco Central, além, é claro, de tentar ter contato com outro consumidor que já tenha adquirido um financiamento junto a essas empresas para saber a sua opinião”, orienta.

Contudo, sem sombra de dúvidas, a entrada de empresas desse tipo no mercado financeiro é vista com bons olhos. “Pois a concorrência não só é capaz de privilegiar o consumidor do ponto de vista do custo da operação, como também é capaz de forçar com que grandes instituições bancárias revejam suas condições sob o risco de serem engolidas nesse mercado financeiro”, analisa o presidente da ABMH.