Márcia Xavier, O Tempo

Atraindo investidores e aqueles que têm disponibilidade de aguardar a conclusão das obras para receber as chaves da casa própria, os imóveis na planta são destaque no ramo imobiliário e despertam a atenção por conterem atrativos como bom preço, boas condições de pagamento e alta liquidez.

Presentes entre as ofertas da 12ª edição do Feirão Caixa da Casa Própria, tais empreendimentos possuem vantagens que, em alguns casos, chegam a superar as das propriedades já concluídas.

“Em geral, o valor dos imóveis na planta é mais acessível do que o dos imóveis prontos. Além disso, a forma de pagamento é facilitada, os juros dos financiamentos bancários são menores, e o comprador, teoricamente, não tem custos com reformas ou manutenções”, pontua Lúcio Delfino, presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).

Muito presentes em Belo Horizonte e na região metropolitana, os imóveis na planta têm se destacado também pela boa localização e pela qualidade de acabamento. “Outro ponto positivo é a oferta de projetos mais modernos, adequados às novas exigências dos consumidores”, ressalta o advogado Tiago Cunha, do escritório Viana e Cunha Advocacia e Consultoria.

Oportunidade. Especialista em direito imobiliário, Cunha diz que, para quem planeja comprar ou adquirir um imóvel na planta, o Feirão Caixa pode ser uma alternativa vantajosa. “O Feirão Caixa é uma boa oportunidade para conhecer os empreendimentos disponíveis no mercado, para promover avaliação de preços, condições de pagamento e confrontar ofertas”, argumenta.

Porém, ele destaca que, independentemente das circunstâncias e das ofertas encontradas, quando se trata de imóvel na planta, é preciso sempre atenção e cautela para que a compra seja realmente satisfatória. “Na compra do imóvel na planta, o risco é sempre maior, justamente pelo fato de se adquirir um projeto ainda a ser concretizado”, diz Cunha, ao citar como exemplos de situações indesejadas o atraso nos prazos de entrega e o descumprimento das características do imóvel.

Segurança. Como sugere Antônio Aurélio Viana, advogado especialista em direito imobiliário, uma boa solução para se precaver é adotar algumas medidas. “Evite fechar qualquer negócio de modo apressado. O ideal é conhecer bem o projeto, a localização do imóvel, a saúde financeira da construtora e também investigar sobre os documentos do empreendimento”, orienta.

Atentar-se para o prazo prometido para a conclusão da obra e, principalmente, para as condições de pagamento também é crucial. “O financiamento de imóvel representa, normalmente, um compromisso financeiro que durará anos e, por isso, exige uma análise fria da situação financeira em curto, médio e longo prazo. O interessado na compra deve ter um planejamento financeiro sólido, no qual a correção monetária do saldo devedor, a estabilidade profissional, entre outros aspectos, devem ser considerados”, frisa Viana.

O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação também ressalta a importância do planejamento. Segundo ele, analisando bem as condições financeiras, tomando todos os cuidados necessários e escolhendo uma empresa com solidez no mercado, o risco de adquirir um imóvel que não será concluído ou que dará “dor de cabeça” é muito pequeno. “Em todos os casos, é muito importante consultar um especialista antes de assinar o contrato”, aconselha.