Fonte: RD News

O setor da construção civil em Cuiabá voltou a retomar o crescimento, após ficar quase o ano passado inteiro sem lançar imóveis em razão da crise econômica e instabilidade política que assola o país. Até maio deste ano três novos empreendimentos foram lançados.

Os números foram apresentados nesta quarta (5) por meio da pesquisa que mostra o panorama do mercado imobiliário da Capital e de Várzea Grande. O levantamento foi solicitado pelo Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT) e elaborado pela empresa Brain, especializada na prestação de serviços de inteligência estratégica para o desenvolvimento das organizações.

O sócio consultor da Brain, Guilherme Wener, afirma que Cuiabá sofreu menos que outras Capitais devido a influência do agronegócio, que passou imune à crise econômica. “Percebemos um mercado sadio em relação à oferta e estoque, óbvio com um número menor de lançamentos”, pontua.

O presidente da Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon Paulo Bresser afirma que a crise política no país atinge as pessoas que pretendem investir no mercado imobiliário, uma vez que há compromissos a longo prazo. “São financiamento de 30 anos. Numa crise isso gera insegurança, hoje isso começa a diminuir. Então, achamos que o mercado deve reagir novamente”, prevê.

Conforme o levantamento, de 2011 a maio deste ano, passando pelo boom imobiliário de 2012 a 2014, foram lançados em Cuiabá 84 empreendimentos verticais residenciais. Das 13.056 ofertas restam apenas 2.056 unidades, ou seja, 19,6% – o que deve movimentar R$ 1 bilhão nas duas cidades. Índice confortável. Só quando o percentual fica acima de 30% que é ligado o sinal de alerta, segundo o consultor.

Para Guilherme, o índice tende a baixar se não houver novos lançamentos e se as vendas mantiverem o ritmo esperado, podendo chegar até 15% no final do ano. “Acreditamos numa retomada de lançamentos em algumas regiões e nichos de mercado. Acreditamos que no segundo trimestre isso comece a se aflorar de forma mais evidente”, diz.

Se os imóveis verticais residenciais retomam o crescimento, não se pode dizer o mesmo dos comerciais. Isso porque, desde 2015 não são lançados empreendimentos. Por outro lado, dos 1.612 ofertas restam apenas 231, cerca de 14,3%. Cidades, como Curitiba, possuem 40%, índice considerado elevado.

Para reduzir o número de estoque, Guilherme sugere fazer um trabalho agressivo comercialmente das incorporadoras. Isso, segundo ele, auxilia a vender unidades que ainda estão em estoques. Cita, por exemplo, as feiras de imóveis onde são negociados por preços praticados abaixo do mercado. “O cliente precisa entender que se deixar de comprar vai perder negócio”, alerta.

Mercado horizontal

A pesquisa revela ainda que imóveis horizontais são produtos de alto encaixe, uma vez que das 9.267 unidades ofertadas restam apenas 576 a serem comercializadas, cerca de 6,2%. “Dá para falar que falta esse tipo de imóvel”, sustenta o sócio consultor da Brain.

Várzea Grande

Na cidade o número é ainda menor quando se fala em residencial vertical. A disponibilidade é 15,8%. Dos 2.576 ofertados restam apenas 408 unidades. Em sua maioria trata-se de imóveis que se encaixam no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Já nos horizontais restam apenas 378 unidades das mais de 3 mil comercializadas, perfazendo índice de 12,3%.