A pandemia afetou muito o ramo da construção civil e isso se nota através do Índice de Preços ao Produtor (IPA-10), que atingiu 38,66% nos últimos doze meses, e do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) que bateu a casa dos 30,86% no mesmo período. Ambos registraram o maior percentual de todos os tempos. O reflexo desses índices está diretamente relacionado à construção de novos imóveis.
Tanto o IPA-10 quanto o INCC estão ligados a custo de produtos, materiais e mão de obra da construção civil, como explica o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. De acordo com ele, se esses índices sofrem aumento exorbitante como o que se viu nos últimos doze meses, significa que o custo do metro quadrado na construção civil também sofrerá um aumento. “Essa situação reflete direta e exclusivamente no custo dos imóveis novos e em construção. Para que haja a possibilidade de lucro das construtoras, o valor dos imóveis também sofrerá essa correção, ou então a atividade vai acabar se tornando inviável.”
Para quem buscar construir ou comprar imóvel na planta, Vinícius Costa diz que é importante pensar bem nesse cenário de aumento e na incerteza que ainda paira sobre esses índices da construção civil. “Se a tendência de aumento se mantiver, o custo da aquisição de um imóvel novo ou em construção vai sofrer uma variação muito grande e pesar no bolso do cidadão. A alternativa para quem quer adquirir um imóvel é buscar opções de imóveis usados com venda direta pelo proprietário ou por meio de leilão”, analisa.
Diante disso, o advogado recomenda que se privilegie a compra de um imóvel usado, especialmente para quem vai utilizar financiamento. “Como a valorização do metro quadrado não guarda muita relação com os índices da construção civil, aproveitar as taxas de juros do financiamento habitacional que estão em baixa se torna um excelente negócio. Para quem buscar descontos, optar por leilão pode ser uma alternativa, mas toda cautela deve ser tomada antes de arrematar um imóvel”, orienta.