Medida pode impulsionar mercado imobiliário

A Caixa Econômica Federal anunciou medidas que vão impactar diretamente em todas as áreas dos financiamentos habitacionais. Com a redução de juros e a possibilidade de negociação de dívidas, contratos novos e que já estejam em vigor serão objeto de um projeto que poderá auxiliar no reaquecimento do mercado imobiliário.

No que se refere aos novos contratos de financiamento, a medida que entrará em vigor a partir de hoje, 10 de junho, será a redução da taxa de juros mais elevada do banco de 11% para 9,75% ao ano. Conforme o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, como sempre, a redução da taxa de juros é o maior atrativo que pode se ter em um contrato de financiamento habitacional. “Isso porque ela é que é responsável por majorar ou diminuir o valor da prestação do mutuário. Seja um financiamento a longo prazo, seja um financiamento a curto prazo, a redução da taxa de juros anual vai impactar diretamente no valor da prestação, e, obviamente, na abertura de novas possibilidades de financiamento para o trabalhador ”, explica.

A redução é bastante considerável, como avalia Vinícius Costa, porque como os contratos de financiamento têm, em média, 30 anos para pagamento, quando aplicamos a nova tarifa, há uma redução de 37,5% de juros pagos ao final do financiamento. “Para o mercado imobiliário a notícia não poderia soar melhor, pois com essa redução a tendência é que a parcela do mercado que financiaria à taxa de 11% tem hoje a possibilidade de financiar o mesmo valor a 9,75% ao ano, com prestações mais acessíveis à condição financeira familiar”, analisa.

Por outro lado, para os contratos já em curso e com parcelas em aberto, a Caixa anuncia que fará um programa de negociação de dívidas permitindo ao mutuário inadimplente o pagamento de uma parcela e a incorporação das demais que estiverem em aberto no saldo devedor. “É importante que o mutuário saiba que essa medida alivia a situação de inadimplência do momento, mas que a incorporação das parcelas em aberto vai, consequentemente, interferir no aumento do saldo devedor e da nova parcela que será repactuada. Portanto, antes de tomar qualquer decisão sobre essa negociação, é recomendado que se faça uma simulação do valor da nova prestação para ver se restará adequada à renda familiar do momento”, recomenda Vinícius Costa.

A medida também é de extrema valia, pois vai evitar que inúmeros imóveis sejam tomados pelo banco e que sejam leiloados para pagamento do saldo devedor. “É um fôlego que se dá para os mutuários inadimplentes, e também uma forma da Caixa de recuperar parte do capital através do próprio dinheiro, ao invés de receber um bem imobilizado que gera custos mensais”, conclui o presidente da ABMH.