Fonte: Diário do Grande ABC

A grande concentração da população brasileira nas áreas urbanas (84,4% dos habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010) e a importância de saber como vivem as pessoas levaram o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia a lançar o Índice de Bem-Estar Urbano dos Municípios Brasileiros. O trabalho avalia o bem-estar dos cidadãos urbanos, distribuídos em 5.570 municípios, em indicadores como mobilidade, condições ambientais e habitacionais, serviços coletivos e infraestrutura. Cidades constituem-se na materialidade das aspirações do homem. São nelas que as pessoas interagem e compartilham ideias e experiências, rompem barreiras e fomentam o desenvolvimento. A riqueza está concentrada nos municípios, pessoas buscam melhores condições de emprego e renda, mas cidades têm realizado investimentos em infraestrutura urbana, o que tem provocado problemas em Habitação, saneamento, mobilidade, arborização e Segurança.

Sem habitação digna, não há bem-estar. É dentro de casa que criamos, educamos e protegemos nossas famílias. Trata-se de direito fundamental para vida plena. Como dizem os norte-americanos, ‘no home, no justice’. No Brasil, o cobertor anda curto, pois há deficit habitacional de 6.068.061 (Fundação João Pinheiro/Ministério das Cidades/Banco Interamericano de Desenvolvimento/Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). É necessária visão de longo prazo. As crises econômicas têm sido letais para qualquer programa nessa área. É preciso vincularmos verbas do Orçamento nacional para a produção de unidades habitacionais de maneira contínua, com metas específicas por região. Outro item fundamental é o saneamento básico, especificamente água potável e esgotamento sanitário, considerados como direito fundamental. Mas o Brasil tem andado de lado. Hoje, mais de 42% das populações urbanas nacionais não são atendidas por redes de esgoto. Assim, em épocas de epidemias causadas pelo Aedes aegypti, o Estado tem que gastar mais. O prejuízo é duplo.

A burocracia também tem prejudicado o bem-estar urbano, pois verbas empenhadas para o saneamento não se materializam. De 2000 a 2015, foram autorizados R$ 50 bilhões para saneamento básico rural e urbano. Deste total, apenas R$ 19 bilhões foram efetivamente gastos. O Brasil tem lições de casa a serem feitas. Habitação e saneamento básico deveriam ser as primeiras da lista. Desburocratização vem logo atrás. Com providências pontuais, estaríamos melhorando sensivelmente os índices de bem-estar nas cidades e garantindo vida de melhor qualidade para nossa população.

Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de marketing da Sobloco Construtora.

Palavra do leitor

Boas-Festas
O Diário recebe e retribui votos de Boas-Festas a TX4 Color; e1.Conceito – Fortalecimento Empresarial; Telenick; SB Sports Brindes; Aldenir Silva; João Archanjo Filho; Thiago Archanjo; Silvana Martil Archanjo; Dolores Maria Archanjo; Maria Rosa Archanjo; Carolina Matilde Archanjo; Zilpa Archanjo; Ricardo Marques de Lima; Edileuza Brandão de Lima; Beatriz Brandão de Lima; Nathália Brandão de Lima; Maria Eduarda Brandão de Lima; Irma Marques de Lima; Manoel Francisco de Lima; João Botu; Danilo Rodrigues; Thais Rodrigues; Vanessa Rodrigues; Rosenilda de Melo; Clayton Gomes da Cruz; Cauã Gomes de Melo.

Tem, mas não tem
Tinha estádio lindo em Santo André. Aí chegou um prefeito – que me recuso a falar o nome – que acabou com tudo: demoliu a arquibancada numerada, destruiu a iluminação e deixou cena de guerra. Apareceu o Grana, prometendo reconstruir e transformar em arena. Acreditamos que finalmente iríamos ter estádio decente. Aí, depois de quatro anos, estamos sem a cobertura e a iluminação. É tudo farinha do mesmo saco! Tenho dito!
Eduardo Braghirolli
Santo André

Ministro
O que será que está acontecendo com o ministro Gilmar Mendes? Estará sofrendo alguma recaída mental? Por que ele não consulta os médicos do convênio da Suprema Corte, o melhor e mais caro do mundo e de fazer inveja até aos Estados Unidos?
Benone Augusto de Paiva
Capital

Do Baú
Homenagear Silvio Santos parece brincadeira (Cultura&Lazer, dia 13)! Desde criança soube que ele foi camelô e venceu na vida, mas pouca gente sabe como ficou rico. Explico: minha mãe sempre comprava o carnê do Baú. Em seus programas dominicais ele sempre dizia: ‘Pague seu carnê rigorosamente em dia para concorrer a casas, carros e muitas outras coisas’. Vamos supor que o carnê tenha 12 prestações no valor de R$ 20 cada, total de R$ 240 por ano. Caso não seja sorteado em nada você vai a uma das lojas do Baú e troca por mercadorias. Só que essas mercadorias custam em média 30% mais caro do que em outras lojas. Ganha na compra e muito mais na venda. É dinheiro vivo entrando toda hora, assim como acontece hoje com a tal da Tele Sena. E ficou mais rico ainda ‘nas costas’ de pessoas que querem ganhar coisas fáceis, principalmente em jogos. Há muito tempo ele tinha até comercial em que boneco chamado ‘Zé Apostador’ andava nas ruas querendo apostar em tudo. Isso sem dúvidas ‘agitava’ qualquer um. Por tudo isso acho que as homenagens são para pessoa errada. Nunca encontrei quem tenha ganhado no carnê do Baú.
Breno Reginaldo Silva
Santo André

Dom Paulo
Dom Paulo Evaristo Arns, que morreu ontem, aos 95 anos, é um dos personagens da história brasileira que não pode ser esquecido em momento algum. Na sua trajetória de vida, marcante, combateu a tortura de presos durante o regime militar (1964-1985); realizou o Ato Ecumênico (com a presença de 8.000 pessoas) na Catedral da Sé, na Capital, em 31 de outubro de 1975, em protesto contra tortura e morte do jornalista Vladimir Herzog – com a participação do rabino Henry Sobel e do líder evangélico Jayme Wright – e apoiou a introdução do tema dos direitos humanos durante a visita do presidente norte-americano Jimmy Carter ao Brasil, em 29 de março de 1978. Obrigado por tudo, dom Paulo Evaristo Arns. Descanse em paz.
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Previdência
Incrível como no Brasil tem gente que está mais para confundir do que para explicar. Este governo e os técnicos da Previdência, tentando criar fórmulas mirabolantes para resolver o problema da aposentadoria, parece que caíram de Marte. Boa parte dos brasileiros mal sabe as quatro operações básicas de matemática, imagina entender essas fórmulas, então. As regras do fator previdenciário vigentes, com toda perversidade que trazem hoje no valor do benefício, se bem trabalhadas e com pequenos ajustes, podem resolver tanto a questão do valor pago quanto a idade do beneficiário. Basta pensar um pouquinho. Se comparado à idade mínima de 65 anos, que poucos conseguirão atingir trabalhando na ativa, a fórmula 90/100, prevista em lei, pode aumentar a idade média dos aposentados e ser mais justa tanto para quem começa trabalhar cedo quanto para quem inicia mais tarde. Acredito que vale a pena e estou disposto discutir essa ideia.
Mauri Fontes
Santo André